O nome de Derek Chauvin está indissociavelmente ligado à onda de protestos que estão abalando os Estados Unidos.
Seu rosto circulou o mundo devido ao vídeo que mostra os últimos minutos da vida de George Floyd.
Chauvin é o policial que por quase nove minutos se manteve ajoelhado no pescoço de Floyd, mantendo-o preso no chão enquanto ele suplicava: “não consigo respirar”.
O episódio fatal, que ocorreu em 25 de maio, perturbou a vida social e política dos Estados Unidos, alimentando o debate sobre o racismo e levantando novos questionamentos sobre a atuação das forças policiais contra a comunidade negra.
Chauvin foi expulso da polícia de Minneapolis, preso e transferido para uma prisão de segurança máxima enquanto enfrenta várias acusações de homicídio.
Nesta segunda-feira (8), uma primeira audiência judicial do caso foi realizada por videoconferência. Nela, a pedido da Promotoria, foi fixada uma fiança de US$ 1,25 milhão sem condições ou US$ 1 milhão com condições. A próxima audiência está marcada para o dia 29 de junho.
Até 40 anos de prisão
No Estado de Minnesota, a acusação de assassinato em segundo grau exige que o promotor público prove que Chauvin pretendia matar Floyd ou que ele o matou enquanto praticava outro crime. Se provado, pode levar a uma pena de prisão de até 40 anos.
A acusação de homicídio de terceiro grau que ele também enfrenta pune aqueles que, sem intenção de matar, praticam atos obviamente perigosos para outros que demonstram uma “mente depravada, sem respeito pela vida humana”. A punição é de no máximo de 25 anos de prisão.
Em relação à acusação de homicídio culposo em segundo grau, o estatuto de Minnesota estabelece uma sentença de prisão de até 10 anos para quem causa a morte de outra pessoa por negligência, ao criar perigo e risco consciente de causar morte ou grande dano físico a outra pessoa.
A Promotoria também apresentou acusações de cumplicidade e instigação contra os outros três policiais que estavam no local: Tou Thou, Thomas Kiernan Lane e J. Alexander Kueng. Eles também foram expulsos da polícia e detidos.
Mas o que se sabe sobre Chauvin, esse ex-policial cujas ações abalaram a sociedade americana?
Muitas queixas, poucas punições
Derek Chauvin, de 44 anos, trabalhou no Departamento de Polícia de Minneapolis por quase 19 anos.
Durante esse período, pelo menos 17 investigações foram abertas sobre suas ações, segundo informações do Departamento de Assuntos Internos da força policial.
No entanto, em apenas dois casos houve consequências para ele: ele recebeu duas cartas de repreensão.
Em teoria, o encerramento dos casos sem sanções indica que as denúncias não puderam ser comprovadas.
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